quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Do medo do mundo

Hoje, navegando pela internet, me deparo com aquelas tantas, tantas matérias mostrando quão ruim o mundo pode ser. Começo com duas delas:

Mãe espanca bebê de 10 meses e o joga em entulho em Limeira

Mãe confessa que matou seu bebê de 8 meses em Natal

Normalmente eu iria entrar naquele modo "por que eu" (ou por que nós, né?) e questionar todas as mulheres do mundo que têm bebês e não os querem (como essas acima ou ainda as milhões que fazem aborto, jogam seus bebês no lixo, e etc.) enquanto tantas de nós sonham com a chance de ter um bebê, amado, respeitado, esperado e não conseguem. Mas não. Resolvi, cheia de resignação e paciência (mas nem por isso menos indignada!), agradecer a Deus por estar me dando mais tempo para me preparar e ser uma mãe melhor.

Pode parecer estranho, mas depois que me recuperei do meu primeiro aborto e da minha revolta contra Deus, sinto que sou uma pessoa cada vez melhor. Eu queria que tivesse acontecido? Não, nunca, de maneira nenhuma! Mas posso tirar coisas boas dessa situação. Estou infinitamente mais preparada para ser mãe agora, e aquela mãe que eu quero ser, lembram? Fico pensando que naquela época, apesar de já querer muito um filho, eu não fazia ideia da maioria das coisas que envolvem uma gestação e, muito menos, o quanto minhas escolhas influenciam o meu bebê.

Mas, muito mais do que o aspecto prático da coisa, eu não pensava no tamanho da responsabilidade que é colocar um filho no mundo. Gente, é muito sério! Outro dia falava sobre isso com o marido e ele até deu risada da minha cara de medo e descontrole total. Não me sinto uma pessoa boa, preparada ou evoluída o suficiente para criar uma outra pessoa, e incutí-la com valores, caráter, ética e responsabilidades. Mas quer saber? Acho que ninguém nunca está completamente pronto e eu estou, ao menos, tentando me conscientizar disto. Mas quando penso que cada pequena coisinha impacta na formação daquele ser humano, realmente me amedronto. Sabe o que é ainda pior? Saber de tudo o que acontece aí fora que os molda, e não depende de nós. Vejam mais um exemplo:

Pai pede que filho não seja cuidado por enfermeiras negras em maternidade dos EUA

Provavelmente este bebê nunca saberá que isto aconteceu no seu nascimento. Mas com certeza crescerá em uma família que julga ao próximo pela cor, pela religião, pela sexualidade, pela diferença. E eu, com certeza, não quero que meu filho cresça sabendo que tamanho preconceito ainda existe pelo mundo. Mas ele crescerá. E tudo o que eu posso fazer é mostrá-lo que, na nossa casa, podemos errar muito querendo acertar. Mas que também acertaremos. E qualquer que seja o resultado, vamos nos respeitar, nos amar, e aprender. Porque, na verdade, somos todos iguais.

6 comentários:

  1. Que post bom de ler Loroca!
    Muito bom ver que mesmo diante de uma situação tão difícil (o aborto) você consegue tirar coisas boas da situação, e eu me sinto muito fortalecida e energizada lendo posts como o seu.
    Obrigada por compartilhar isso com a gente!
    Tbém tento pensar sempre positivo e agradecer a Deus mesmo pela demora pro bebê vim, porque essa demora tbém tem me feito repensar muitas coisas e me tornar cada dia uma pessoa melhor!

    Beijoos

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  2. Uau!!Adorei esse texto, muitas vezes a gente fica no oba oba da gravidez e realmente esquece por completo da responsabilidade e seriedade que é criar uma vida, criar uma outra pessoa! Muito bom amiga!

    Beeijos!

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  3. Ameeei O texto Loroca Muitas pessoas esquecem oque é criar um filho, e eu sei minha amig que na hora certa voce estara pronta pra essa missão

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  4. É mta responsabilidade mesmo. Mas, se a gente ficar parando para pensar mto nisso acho que fica doida e até desencoraja de ter filho, né? Infelizmente o mundo é assim e sempre vai ter violências e eu confesso que não gosto nem de ler quando vejo que é algo com crianças... chega a doer fisicamente e me sinto enojada pelo que o ser humano é capaz de fazer. E este último caso então? Deprimente como ainda nos dias de hoje possa existir pessoas assim.

    bjo!

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  5. Loroca! Adorei o post... realmente é uma responsabilidade enorme, talvez a maior de todas não é? criar um ser humano não é tarefa nada fácil! e nem sei se algum dia vou achar que estou totalmeeeente preparada... mas sabe, acho que quando nasce uma criança também nasce uma mãe (bom, na maioria dos casos, né).

    E a reportagem eu nem leio, me dá gastura na alma.

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  6. Super concordo com cada palavra do seu post. Ter um filho é uma responsabilidade imensa e vai muito além de preparar enxoval, fazer chá de bebe e colocar em uma boa creche.

    Fiquei indignada com as reportagens, to evitando ao mááááximo de ler essas notícias.

    Bjuus

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